PROJETO DEVIS

Há vários anos pude fazer um curso de formação em massoterapia. Nesta formação havia estágio e uma das opções era ajudar na formação para deficientes visuais.

Participei um ano auxiliando a formação de deficientes visuais. Ali nasceu a vontade de criar um projeto para criar um projeto para ministrar aulas com objetivo de desenvolver as habilidades do deficientes na área de massoterapia e quick massage e ajudá-los na colocação do mundo do trabalho. Há 6 anos iniciei junto da Humaniversidade Holística (Escola de formação em terapias complementares) uma negociação para ter uma sala para ministrar as aulas. Fui apoiado. Iniciei a busca dos deficientes. Com ajuda de uma aluna e pedagoga em educação especial implantamos o projeto no CAIS (Centro de Atenção e Inclusão Social) – Diadema. Depois com ajuda dos deficientes de Diadema, divulgamos o projeto para ser implantado na Humaniversidade Holística.

Junto da Humaniversidade o Projeto Toque Vivo visa a formação em massoterapia e quick massage e a posterior colocação deste deficiente no mundo do trabalho.

Contudo, não é só uma formação. Já são mais de 100 deficientes que passaram pelo projeto ou estão nele. Nele visa-se construir sonhos. Com a vida deles Eu, Gilson Giombeli, faço poesias. São as histórias de vida deles em poesia. Tenho um livro editado A Cegueira e a Luz. É um livro que visa arrecadar fundos para o projeto se tornar autossuficiente. Tenho vários marcadores de livro, com o mesmo objetivo. 3 deles são para o projeto e a temática é a vida dos deficientes. Cabe destacar que um dos marcadores é para a deficiente Bernadete Morais que faz fotografias lindas, mesmo cega. Com este marcador já arrecadou dinheiro suficiente para comprar uma máquina fotográfica profissional.

Em breve vou lançar um segundo livro para o deficientes. Pretendo por na mão deles um livro com uma poesia para eles e uma pequena história de vida deles.

Sempre participei como professor e coordenador do projeto. A gênese do projeto foi a criação de um grupo temático para os deficientes visuais no CAIS por Rosemeire Sá Freire Paulino (professora de educação especial).

O projeto não possui só objetivos financeiros ou seja lucro. O deficiente ao entrar no projeto determina se pode contribuir e quanto. Os recursos arrecadados são divididos em uma pequena parcela para a escola e a outra são direcionados para compra de materiais para desenvolver e melhorar as aulas. Outros ganhos podem vir de ministrar palestras e/ou de trabalhos com massoterapia para empresas. Os ganhos são sempre divididos com os deficientes em partes iguais, depois de descontar as despesas para viabilizar os eventos.

Às sextas-feiras o Projeto Toque Vivo tem suas aulas das 8:00 até as 10:30 horas. Estas aulas são de formação em massoterapia e quick massage. Depois deste horário há aula de dança de salão para os deficientes até meio dia.

São os alunos deficientes e suas famílias os beneficiados pelo projeto. Já são mais de 100 alunos que passaram ou estão em formação. Os ganhos não são só financeiros. Além de ajudá-los a redescobrir suas potencialidades, o projeto também oferece formação teórica sólida e estimula o desenvolvimento sensorial, motor e das suas habilidades e aptidões. Permite uma abordagem mais ampla, ligada à Naturopatia (qualidade de vida através de métodos naturais), possibilitando o resgate de sua dignidade.

Os deficientes visuais vem desenvolvendo suas aptidões. Ex. Bernardete Morais é uma fotógrafa; Edimilson é um poeta; Eliel de Almeida é um vendedor de colchonetes e de chaveiros e empreendedor, etc. As aulas tem criado um ambiente positivo de convivência e partilha das experiências de vida. Surgem amizades e oportunidades de contatos com outras famílias. Além do espaço para conviverem e superarem sua escuridão, é um espaço para ganhar um novo trabalho e voltar a ganhar novamente o seu pão = salário. Há muitos dos deficientes que passaram pelo  projeto que já estão trabalhando. Outros deficientes estão despontando e treinado para serem professores e já ajudam a ministrar aulas para outros deficientes que estão iniciando.

O número de deficientes que passaram ou estão no projeto são mais de 100. Destes são 3 com carteira assinada; 30 que desenvolvem trabalhos em empresas e participam em eventos, atendimentos domiciliares, atendimentos na Praça Castelo Branco em Diadema e 6 deficientes que participam e atuam como professores no ensino das técnicas para outros deficientes e em participações de cursos de formação para terapeutas não deficientes (Estes cursos, eu ministro e os deficientes participam ensinando técnicas de massoterapia que dominam e sensibilidade como recurso de atendimento ao público).

O que torna o Projeto Toque Vivo inovador é a formação ampla por envolver os aspectos educacional, saúde, profissional, cultural. Os deficientes por passarem pela formação em Massoterapia e Quick Massage estão no processo educacional e melhoram a qualidade de vida, pois a terapia é exercitada em todas as aulas – aprendizado – e, recebem – cuidam da saúde. O projeto busca empresas para a prestação de serviço com a terapia e as técnicas aprendidas para exercerem trabalhos com remuneração. O aspecto cultural vem com o estímulo para o deficiente exercitar suas habilidades em fazer poesias, músicas, fotos. O deficiente é estimulado com a declamação de poesias em sala de aula, músicas, histórias, durante o trabalho de massoterapia para que se apropriem da leitura, memorização e declamação e para que estabeleçam vínculos afetivos entre os mesmos. desta prática surgem poetas e outros.

Um bom exemplo vem do deficiente visual Edimilson Gomes de Almeida que fez uma poesia e está publicada no livro A Cegueira e a Luz, obra publicada para divulgar e tornar o projeto autossuficiente.

Em 2012 editei o livro de poesias A Cegueira e a Luz para ajudar a patrocinar o projeto e para divulgar o projeto. O livro não é exclusivo com poesias para os deficientes.